Batemos um papo legal com Joe Gomes, um grande baixista, compositor, enfim um músico completo. Ele nos contou sobre a infância, influencias, amizades e muito mais. Confira:
Marketeiros: Joe como descobriu, se pode assim
dizer, o rock sendo nascido em uma cidade com um ritmo tão marcante quanto o
axé e outros ritmos dançantes?
Joe: Pois é,
descobri o rock no carnaval da Bahia,
muito provavelmente na Praça Castro Alves.
Vi os Novos Baianos, além das carreiras solo de Baby do Brasil e Pepeu
Gomes, mas não esqueço de ouvir Stones e Beatles no trio de Dodô e
Osmar. Ouvi música clássica, samba, rock, frevo e tudo mais. Minha mãe nos
levava (eu e meus irmãos) pra Avenida 7
e ficávamos ali de frente pra estátua de Castro
Alves e víamos e ouvíamos tudo. O carnaval da Bahia da década de 70
era o bicho!
M: Seu nome de batismo é Silvano,
então de onde vem Joe?
J: Joe foi um apelido dado por um
colega da ETFBa (Escola Técnica
Federal da Bahia) chamado Igor. Eu já
tocava e ele, sempre que nos encontrávamos (éramos da mesma sala) já dizia “fala Joe”. Eu achava o máximo porque
tocava com uns caras (Rex - The Dead
Billies/ Retrofoguetes e Fábio Magalhães - Cascadura) e fazíamos muitos
clássicos dos anos 50, e “Joe” era um
nome comum no rock americano. Mas um dia fiquei curioso porque ele tinha
colocado esse apelido em mim e a resposta foi um banho de água fria (risos).
Ele disse que pelo fato de sermos da mesma sala e eu quase nunca estar presente
eu era “de outro mundo”.
Eu sempre achei que era Joe (risos), daí aproveitei e comecei a assinar Joe Tromondo. Ah, o nome da banda com Rex e Fábio era Os Feios.
Eu sempre achei que era Joe (risos), daí aproveitei e comecei a assinar Joe Tromondo. Ah, o nome da banda com Rex e Fábio era Os Feios.
M: O contrabaixo é um instrumento
indispensável em uma banda, porém muito criticado, porque a decisão de ser
baixista?
J: Eu
tocava guitarra e às vezes pegava num baixo de algum amigo pra brincar. Numa
dessas tocadas um grande amigo (apesar de não nos vermos muito) e GRANDE
guitarrista Webster, chegou pra mim e
disse “Silvano (ainda era assim), por que você não troca a guitarra pelo
contrabaixo? Guitarra tem um monte de gente tocando muito bem (não preciso
dizer que não me encaixava no “muito bem”) (risos), mas o
baixo está precisando de bons músicos”. Daí me vieram as lembranças de
quando estava aprendendo a tocar no violão de meu irmão mais velho e as cordas
mais finas estavam quebradas e claro que não era isso que ía me fazer largar.
Lembro muito de estar andando de skate e tocando Day Tripper somente nas cordas grossas, era perfeito! E também do
dia que foi definitivo pra essa escolha, foi num show dos Feios. Eu só tinha
uma guitarra e tocava com o baixo emprestado de amigos, quando nos reunimos e
foi colocado que tinha outro amigo nosso que poderia tocar baixo (ele tinha o
instrumento) e eu iria pra guitarra, pirei e falei: O BAIXO SOU QUEM VAI TOCAR!
Fui vender bolo na escola pra juntar dinheiro e comprei o meu primeiro baixo,
um Gianinni.
M: Além de instrumentista, você compõe
e também canta. De onde vem suas inspirações pra compor?
J: Minhas
inspirações para compor vêm de um bate papo, um filme, dos amores/desamores, de
tudo. Quem é MÚSICO respira MÚSICA. Composição pra mim vem de
observação/percepção.
M: Você ficou durante 10 anos na
banda Pitty, porém teve uma saída conturbada. Ainda muito consagrado por todos
os fãs da banda, você sente falta de algo que viveu durante esses 10 anos?

M: Qual ou quais bandas compõe o que
você é hoje?
J: Com
certeza os Dead Billies, minha banda em Salvador nos anos 90. Minha escola de tudo. Toquei com esses caras
e toco até hoje (sempre que dá, nos juntamos pra fazer um som). Cada um tem seu
gosto, mas eu tive o privilégio de tocar boa parte de minha vida com o melhor
baterista do mundo - Rex, o melhor
guitarrista do mundo - Morotó e o
melhor vocal e performer do mundo - Glauber.
Eu sempre achei incrível tocar/estar com esses caras e isso me impulsionou muito a querer crescer como músico e como ser humano também.
Eu sempre achei incrível tocar/estar com esses caras e isso me impulsionou muito a querer crescer como músico e como ser humano também.
M: O que mudou do Silvano que saiu
de Salvador, para o Joe “paulistano”?
J: Não
mudou muito não viu (risos). Mas se tiveram mudanças significativas foram na
cor da barba e no peso. Ah, e na experiência de tocar com muitas pessoas
diferentes.
M: Qual som (banda, cantor solo,
música) você indicaria para nossos leitores?
J: Bom, vou
colocar coisas essenciais pra mim, na minha formação, de alguma forma:
Elvis Presley;
Stray Cats; Red Hot Chilli Peppers; Chuck Berry; Little Richard; Tim Maia;
Erasmo Carlos; Tony Bizarro; Luiz Caldas; Armandinho, Dodô e Osmar; as gravadoras Motown,
Stax, Atlantic R&B; Queens os the Stone Age; Rage Againt the Machine;
Úteros em Fúria; Muse; Chet Baker (gosto muito dele cantando);
Blitz; Bob Marley; Leo Jaime; Alabama Shakes.
M: Nossa página também trata se
games e séries. Então conta pra gente o que você anda jogando e assistindo.
J: Nunca
gostei muito de séries, mas Breaking Bad, The Walking Dead, Narcos, Um
Drink No Inferno e Shameless me prendem na frente da TV.
Amo filmes! Queria indicar um filme, pode? Crepúsculo dos Deuses ou qualquer um de Billy Wilder.
Amo filmes! Queria indicar um filme, pode? Crepúsculo dos Deuses ou qualquer um de Billy Wilder.
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Joe e a Gerência |
M: Para finalizar, o que temos de
novidades para esse restinho de ano?
J: Gravei
um disco em 2012 com Rex, Morotó e
Glauber, que ainda pode ser lançado esse ano; gravei o disco solo de Luciano Garcia (guitarrista do CPM22) e
estou trabalhando no disco solo de Clemente
(Inocentes) que provavelmente gravaremos até o fim do ano. Sem falar de
Joe e a Gerência que é meu maior desafio, pois toco guitarra e canto e
onde saio completamente da minha área de conforto.
Quero
aproveitar e agradecer a vocês pelas boas perguntas e espero que tenha sido
legal.
Ouça Joe e a Gerência: